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TDAH na escola: como identificar e tratar o déficit de atenção nos alunos

Você já ouviu falar sobre TDAH na escola? Saiba que essa pode ser a resposta para o desempenho escolar abaixo do esperado de muitas crianças e adolescentes. Um transtorno muito comum e prejudicial para os alunos, mas que, felizmente, pode ser tratado.

Os avanços da ciência ajudaram pais, alunos e professores a compreender melhor o que antes era tratado como incapacidade do aluno. Isso fez com que a humilhação que muitos sofriam pelos maus resultados tivesse uma explicação e tratamento, mudando o cenário.

Hoje, vamos falar sobre o famoso e temido TDAH, assim como as formas de tentar identificar e tratar esse transtorno.

TDAH – O que isso significa?


A sigla significa Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. É um transtorno com causas ambientais, neurobiológicas e hereditárias, de difícil diagnóstico. O TDAH existe em adultos, mas costuma ser bem frequente na infância, o que facilita o tratamento.

Fatores ambientais e situações como nascimento prematuro, fumo durante a gravidez, uso de drogas e consumo de álcool também pode favorecer o quadro de TDAH na criança.

TDAH na escola: sintomas gerais

Crianças e jovens com TDAH costumam ter muita dificuldade de atenção e concentração. 

O professor começa a falar e a distração logo vem, o aluno “viaja” nos pensamentos. Também são comuns a hiperatividade e impulsividade, dificultando a aprendizagem e a conclusão de tarefas. 

Mas é importante destacar que embora desatenção e hiperatividade sejam tidos como os principais sintomas do TDAH, só a desatenção aparece sempre. 

Isso significa que o aluno com o transtorno pode não ser hiperativo, mas sempre terá algum grau de desatenção. 

Os tipos de TDAH

Como vimos antes, o TDAH não é único, mas possui seus tipos, reunindo características mais comuns para cada um deles. Essas características representam as situações de dificuldade que os portadores do transtorno enfrentam.

TDAH tipo desatento

Como o próprio nome diz, a desatenção é o centro dessa tipo de TDAH. São comuns a dispersão na realização de tarefas, a falta de noção da passagem de tempo e a distração.

Características do TDAH tipo desatento:

Falta de foco:
A concentração se perde com muita facilidade

Desorganização
A pessoa é desorganizada, muitas vezes sem nem se dar conta disso

Tarefas sem conclusão
Sem focar a atenção é muito difícil finalizar uma tarefa

Falta de interesse
A pessoa abandona um projeto, aula, curso por pura falta de interesse

“Deu branco”
O famoso branco em um conversa ou explicação é muito comum

Excesso de concentração em algum ponto específico
Curiosamente, esse tipo de TDAH pode gerar foco excessivo em assuntos que a criança gosta mais, como jogos online. É o hiperfoco que tira a pessoa do mundo real.

TDAH tipo hiperativo-impulsivo

Sabe quando alguém brinca que “aquela criança é ligada no 220v”? Pois é, esse é o tipo que caracteriza pessoas hiperativas, do tipo que até incomodam por tanta energia.

 Pessoas assim podem ser muito impacientes e, em alguns casos, até mais agressivas também.

Características do TDAH tipo hiperativo-compulsivo:

Falam além da conta
A pessoa começa a falar e não para, nem sempre têm um foco, mas está sempre falando

Temperamento explosivo
A pessoa se irrita com facilidade e reage, algumas vezes, com agressividade

Tendência a vícios

São comuns pessoas assim se viciarem em bebidas, jogos ou outras drogas 

Tolerância zero a erros
Lidar com erros seus ou dos outros pode ser bem difícil para pessoas com esse tipo

TDAH tipo combinado ou tipo misto

É a junção do tipo desatento com o tipo hiperativo-impulsivo. A pessoa pode apresentar as características dos dois tipos, mesmo que seja mais de um tipo que do outro.

Portanto, tudo o que vimos de características de TDAH dos dois tipos pode estar presente nesse terceiro tipo. Cada pessoa apresentará essas características, de um tipo ou outro, em maior ou menor grau.

Características do TDAH tipo combinado:

Ansiedade
A pessoa sofre por antecipação, fica inquieta sempre

Agitação constante
Mexer as mãos, os pés, estalar os dedos, se levantar ou sentar constantemente

Não medir consequências de atos ou falas
A pessoa não costuma conseguir avaliar o peso do que diz ou faz com facilidade

Pensamentos agitados e sem foco
A pessoa pode ter várias ideias, começar a executá-las e não finalizar nenhuma

Aluno com TDAH não é um mau aluno

Para nós, da EducareBox, essa é uma reflexão que vale muito. 

Tudo o que vimos acima são os muitos aspectos do TDAH que existem. Classificar um aluno com desempenho abaixo do esperado como incapaz, ou pior, “burro” como se fazia antigamente (e ainda se faz em alguns lugares) é um erro cruel. 

Aquele aluno inquieto, aquele aluno que olha e que não consegue aprender, aquele que não liga para o que está sendo ensinado, não precisa disso. 

Ele precisa e merece receber atenção e apoio.

Esse aluno pode estar sofrendo, frustrado e se sentindo incapaz de aprender como seus colegas aprendem

Imagine o constrangimento dele diante de uma má avaliação ou de uma crítica em sala ou em casa. Acredite, ele pode estar sofrendo, e muito, em silêncio.

Um diagnóstico bem-feito, na infância, pode tornar a vida dessa criança muito mais fácil na adolescência e na fase adulta. 

Repetimos: aluno com TDAH não é um mau aluno, mas sim um aluno com dificuldades, ok?

TDAH na escola: o papel dos professores

Por mais difícil que seja pela sobrecarga de trabalhos, o professor é um instrumento de grande ajuda para identificar o TDAH. Ao menos a possibilidade de ser TDAH. 

Compreender esse transtorno, ler e se informar sobre ele, pode ser uma ajuda e tanto para identificar e orientar a escola e os pais em relação ao aluno. 

Uma vez percebida a dificuldade do aluno e realizado o diagnóstico, vale até mesmo dedicar uma atenção especial ao ensino dessa criança. Isso significa buscar ensinar o conteúdo de uma forma que faça mais sentido para ele absorver. 

Nessa hora o conhecimento será um instrumento de muito poder e até mesmo de humanidade para ajudar esse aluno.

TDAH na escola: qual o papel da própria escola?

Com toda certeza o papel de uma escola, de uma boa escola, diante de alunos com possível TDAH, não é se omitir.

Qual a trativa da escola para casos suspeitos de TDAH? O que orientam os professores a fazer diante de um aluno em dificuldade? Quem conversa com os pais? 

Perguntas como essas precisam ser previstas e respondidas para universalizar as ações e o diálogo.

Vale, inclusive, oferecer uma palestra para os professores ou para a comunidade escolar sobre o tema. Esse caminho só trará bons resultados, acredite. 

Como diagnosticar o TDAH com segurança

Por ter tantos fatores influenciando, o diagnóstico de TDAH nem sempre é fácil. 

A criança ou adolescente precisa ser atendida por um neuropsicólogo, neurologista, psiquiatra ou psicólogo clínico, portanto pode ser um diagnóstico multidisciplinar. 

Muitos pais optam por levar a um médico de confiança e pedir dele as devidas orientações para que seja realizada a investigação do possível transtorno.

Costumam ser observados os comportamentos do aluno na infância, na adolescência (se  for o caso) e em ambientes distintos como em casa e na escola. 

Como tratar TDAH na escola (e na vida)

Diferentes tipos de TDAH indicam que existem diferentes tratamentos. Não poderia haver um único tratamento para tipos com tanta variedade. 

Em muitos casos o envolvimento da família e da escola conjuntamente é essencial. Essa comunicação e esforço coletivo geram resultados muito positivos no tratamento.

O médico avaliará e prescreverá medicamentos se houver real necessidade, sempre considerando a idade da criança ou adolescente.

O diálogo com quem sofre de TDAH também é muito importante. Quando o paciente compreende o que está enfrentando, o tratamento em si costuma ser facilitado.

Ainda que os sintomas sejam identificados em adultos, há tratamento e informações que um profissional capacitado poderá transmitir para minimizar os danos gerados pelo TDAH.

Não ignore, trate!

TDAH na escola: qual o papel da família

Uma vez identificada a suspeita que um aluno possa ter TDAH, a família precisa ser informada. Essa conversa pode ser um pouco sensível e precisa ser feita com muito respeito, atenção e até mesmo carinho. O foco é sempre o bem-estar do aluno.

Uma vez ciente das considerações da escola caberá à família tomar ações para ajudar a criança ou adolecente a receber o diagnóstico correto. 

É preciso levar a criança ao profissional de saúde, que pode ser o psiquiatra, neurologista ou psicólogo, para receber dele as orientações e realizar os exames. 

Pode dar algum trabalho fazer isso, mas quanto antes for identificado e tratado o TDAH, mais fácil será a vida pessoal e acadêmica de quem sofre com esse transtorno.

Conclusão

Se as notas do seu filho estão ruins e se há dificuldade dele aprender, cuidado com as críticas. Ele pode ter TDAH e precisará de muito carinho e apoio para identificar e tratar o transtorno.

Professores, quanto melhor conhecerem sobre o assunto e quanto mais diálogo a escola promover sobre o tema, mais preparados estarão para lidarem com cada caso. 

TDAH é uma dificuldade, um adversário para a aprendizagem do aluno que pode se estender ao longo de sua vida.

Quanto antes houver o diagnóstico, mais cedo haverá o tratamento. 

Até o próximo post!